Outrora compartilhados via e-mail, os boatos virtuais ganharam muito terreno nos últimos anos, com o uso cada vez maior das redes sociais. O compartilhamento de fake news (notícias falsas) tornou-se um problema de grande escala no mundo digital, podendo gerar grandes prejuízos para quem os recebe ou repassa.

Sim; embora muitas pessoas encaminhem boatos com o argumento de que “não custa nada compartilhar” e que cada um a receber é que deve analisar a veracidade da notícia, a propagação de notícias de confiabilidade duvidosa é prejudicial para todos.

Boatos falsos levam à desinformação e podem causar graves males a quem os toma como verdade, como, por exemplo, notícias falsas sobre curas simples e milagrosas para doenças, que podem acabar, na verdade, prejudicando a saúde.

Mesmo em outros temas, as fake news podem criar ideias e opiniões totalmente equivocadas nas pessoas que as tomam como verdade, influenciando negativamente seus comportamentos e ações.

Pessoas e empresas podem ter, injustamente, a reputação manchada por fake news, tendo prejuízos, muitas vezes, irreparáveis, simplesmente porque pessoas acreditam e replicam notícias falsas; boatos mentirosos sobre desastres naturais, crimes e toques de recolher podem provocar pânico e alterar a rotina das pessoas desnecessariamente.

Além disso, acessar links que vêm com os boatos podem levar a sites maliciosos, facilitando que o usuário seja alvo de golpes e fraudes.

Quem repassa boatos sem conferir a veracidade antes também se prejudica, ao perder a credibilidade junto a seus contatos e poder passar constrangimentos caso tenha uma notícia abertamente desmentida por alguém.

Assim, é de extrema importância a precaução contra notícias falsas, evitando sua propagação e denunciando seus autores. O primeiro passo é reconhecer as fake news. Confira, a seguir, algumas de suas características:

  • Afirma ser verdadeiro (notícias sérias não precisam afirmar a própria veracidade);
  • Possui título bombástico e apelativo;
  • Usa tom alarmista, prevendo consequências catastróficas, revelações chocantes, etc;
  • Não possui fonte ou cita fontes desconhecidas e impossíveis de localizar;
  • Omite data ou local;
  • Não apresenta evidências sólidas que comprovem os fatos citados;
  • Alega ser uma notícia exclusiva, dizendo que “a mídia não vai mostrar isso” ou que é um “furo” jornalístico em primeira mão;
  • Mostra dados superlativos (maior, melhor, mais importante);
  • Explora assuntos do momento;
  • Usa imagens adulteradas ou fora de contexto;
  • Pede para ser repassado para o máximo de pessoas possível.

É importante consultar sempre diversos meios de comunicação, não adquirindo o hábito de se informar apenas pelas redes sociais. Também se deve procurar identificar perfis falsos entre seus contatos nas redes sociais, excluí-los e denunciá-los.

Essas medidas, entretanto, não impedem completamente os boatos falsos de chegarem até você. Sempre que vir uma notícia suspeita nas redes sociais, siga o seguinte roteiro:

  • Verifique todo o conteúdo;
  • Observe se a data é atual;
  • Verifique a fonte: mesmo que seja confiável, o boato pode ter omitido partes da notícia real ou acrescentado mentiras, “disfarçando” a notícia falsa com uma fonte verdadeira;
  • Pesquise pelo tema: se a notícia for verdadeira, já deve ter sido publicada em outros locais;
  • Pesquise pela imagem mostrada e verifique se não se refere a um acontecimento diferente;
  • Consulte sites especializados em desmentir boatos online, como e-farsas.com e boatos.org;
  • Não clique em links suspeitos ou desconhecidos.

Com um pouco de atenção aos detalhes e ocupando apenas alguns minutos em verificar a veracidade das notícias que recebe, você pode interromper o caminho de uma notícia falsa e até ajudar a identificar o seu autor.

Essa conscientização permite que você evite prejuízos para si e outras pessoas e ajuda a construir uma sociedade melhor e mais informada. Vamos combater as fake news!

Deixe um comentário